O empate de ontem com o Rio Tinto penaliza, essencialmente, dois aspectos: em primeiro lugar, o ritmo lento que a nossa equipa permitiu com que se desenrolasse a maior parte do jogo; em segundo lugar, a falta de eficácia em alguns lances de perigo para a baliza adversária. Dou mais importância ao primeiro aspecto, porque é ele que determina a ocorrência de maior ou menor número de situações de perigo e, portanto, a maior probabilidade de se chegar ao golo.
E, nesse aspecto, o que se viu ontem não foi nada de novo; não apenas nesta época, mas em épocas passadas. Explicando-me melhor, o jogo de ontem enquadra-se naquele tipo de jogos em que a atitude competitiva não é a mesma do primeiro ao último minuto; naquele tipo de jogos em que há sempre quatro realidades que evoluem paralelamente: avançar do relógio = aumento da intensidade que a nossa equipa coloca em campo = maior pressão = maior moral do adversário. Como é óbvio e toda a gente sabe, o importante é jogar com grande intensidade desde o primeiro minuto. Se assim for feito, as probabilidades de o golo chegar cedo aumentam e, com isso, o jogo tornar-se-á muito mais fácil: o adversário quebra, a pressão diminui e, em condições normais, grande parte do tempo poderá ser controlado em menores índices de dispêndio de energia.
Estou a dizer banalidades que qualquer pessoa minimamente conhecedora de futebol sabe. É verdade. Então surge a questão mais importante: quais as razões para isso não acontecer? A resposta a essa pergunta distingue as equipas ganhadoras, as equipas campeãs, em que somente um jogo ou outro pode correr mal, e as que oscilam permanentemente. Além da dimensão qualidade, que já fomos expressando ao longo da época, trata-se da parte mental que é preciso trabalhar ainda mais para alcançar outro patamar competitivo. Por exemplo, no Salgueiros, o clima adverso e a arbitragem caseira foram factores de motivação extra que levaram os jogadores a assumirem uma postura mais agressiva, mais guerreira. Ontem, num ambiente e contra um adversário que não inspirava particular motivação, os jogadores foram deixando o jogo correr, acreditando que mais cedo ou mais tarde a bola acabaria por entrar. O resultado foi um previsível - ao longo do jogo - 0-0. É um problema que apenas poderá ser resolvido com o trabalho de todos. Embora caiba à equipa técnica incentivar e "puxar" pelo ânimo dos jogadores, o principal trabalho terá sempre que partir destes.
O conceito de equipa é muito importante. Antes de mais, dizer que é sempre com muito agrado que vejo a união que as equipas do F. C. de Pedras Rubras têm demonstrado ao longo dos últimos anos, sinal de que os jogadores se sentem bem a trabalhar neste clube. Para mim, a primeira condição para uma equipa apresentar bom futebol é que haja uma boa relação entre todos os elementos que constroem um grupo. Lembro-me que uma vez estava eu a ouvir uma análise do Carlos Azenha, antes de ele ter enveredado pela carreira de treinador, altura em que era considerado um grande analista e conhecedor de futebol e dizia ele que não se importava que os jogadores não se dessem bem fora de campo desde que, dentro das quatro linhas, fossem profissionais. Nada mais errado. Não se pode desligar o jogo da vida que o envolve em todos os aspectos. Nada é estanque no futebol como na vida. Daí também não ter estranhado os maus resultados que alcançou nas primeiras incursões como treinador, ainda que não se possa fazer uma avaliação tão simplista. Por isso, dizer novamente que é com agrado que vejo a união da equipa. Em todo o caso, a união não chega. Ainda que haja união, há que perceber que uma equipa é feita de jogadores com posturas dentro de campo muito díspares. Não ponho em causa a aplicação, mas a forma como cada jogador consegue-a traduzir. Há uns mais passivos e expectantes; outros mais activos; outros mais criativos e por aí fora. As grandes equipas atingem grandes níveis de equilíbrio em todos esses aspectos. Neste momento, à nossa equipa faltam alguns desses equilíbrios. Vou salientar pela positiva, deixando à vossa análise as falhas. No jogo de ontem, e como tem sido habitual, o Coluna fez uma grande exibição. Grande atitude, grande coração na disputa de todos os lances, os quais ganhava quase sempre. Muito gostava que o blogue fosse só para isto, para elogiar. Mas aproveito este momento para dizer que o Coluna tem sido um excelente exemplo. É destes jogadores que gosto de ver no Pedras Rubras. Espero que possa ficar cá para o ano. .
Dito isto, que como sócio que sente os jogos teria de o dizer, é importante também referir que, apesar de tudo, o Pedras Rubras controlou praticamente todos os minutos do jogo e dispôs de algumas boas oportunidades para chegar ao golo. Todavia, a falta de eficácia e alguma falta de sorte (embora uma equipa nunca se deve poder desculpar com a falta de sorte) impediram o golo. No último lance da primeira parte, o Rio Tinto dispôs também de uma boa oportunidade para inaugurar o marcador, com uma bola no poste.
Dizer, por último, que é difícil construir uma grande equipa de um ano para o outro. É preciso muito trabalho e, esse é o caminho, dentro de um quadro de estabilidade e inteligente avaliação do que tem sido menos positivo esta época.
Abraço.
tudo o que disse é filisofia.
ResponderEliminara verdade nua e crua é que temos um treinador mediocre e alguns jogadores principalmente 1 o (BRUNO) não tem categoria nem classe para jogar numa equipa como o pedras, mas infelizmente como venho dizendo à meses entramos sempre a jogar com 10 ( quando joga o BRUNO ).
já agora uma ressalva, o rio tinto não teve só uma oportunidade, teve outra com o jogador isolado a atirar ao lado, ou isto não é uma oportunidade.
o só dizer bem não altera em nada a equipa, já agora apontar os pontos negros talvez ajude o resto da equipa e dasapaixonar os sócios, só vejo pessoas neste blog antes dos jogos a falar em ganhar goleadas etc. e a realidade é só uma esta equipa com dois ou tres jogadores que foram embora o ano passado e outra equipa técnica ( metam os olhos nos juniores ) podem não ser os maiores do mundo mas tem uma vontade de ganhar que é electrizante, tambem não é por acaso que o numero de assistentes nos juniores é superior aos séniores.
infelizmente o sr. caneco enganou toda a gente com os bons resultados da 1ª volta, mas tambem com o mérito de um jogador que nos deixou (NANDO)