O nosso Pedras ganhou hoje à tarde por 3-2 ao Salgueiros 08. Foi uma vitória justa e muito saborosa num jogo que se revelou difícil não tanto pela equipa do Salgueiros, que se viu ser claramente inferior à nossa, mas pela massa associativa do clube de Paranhos, a qual constrói um ambiente de grande pressão durante o jogo, e pela equipa de arbitragem que, acusando esta pressão, foi extremamente caseira. Por estes factores, a vitória ganha ainda mais valor.
O Salgueiros 08 foi a primeira equipa a chegar ao golo, quando o jogo parecia controlado e já depois do Pedras Rubras ter enviado uma bola à barra. Foi um golo de belo efeito, nascido de uma boa jogada individual de um avançado salgueirista que culminou com um remate sem hipóteses para o Bura. O golo abalou um pouco a nossa equipa e fez temer o pior com um Salgueiros moralizado a chegar com perigo à nossa baliza. Após alguns calafrios, o Pedras Rubras foi gradualmente assentando o seu jogo e percebendo que era superior ao adversário. O golo do empate, por intermédio de um golpe de cabeça do Biscoito, serviu ainda mais para os nossos jogadores se convencerem que podiam sair da Senhora da Hora com os três pontos. O intervalo chegava com uma igualdade a uma bola.
A segunda parte começou com o momento do jogo, ou seja, com a obra de arte que foi o golo do Bezu de pontapé de bicicleta. Um momento de inspiração que catapultou a equipa para o seu melhor período, em que controlou completamente o rumo dos acontecimentos. Assim, foi com naturalidade que se chegou ao terceiro golo, mais uma vez por intermédio do Bezu, o qual concluiu da melhor forma uma série de ressaltos dentro da pequena área salgueirista.
Com o 3-1, o jogo estava na mão. Não tendo desistido, os jogadores do Salgueiros já se mostravam conformados com a superioridade do adversário. Cabia à nossa equipa gerir o que tinha conquistado e não deixar que um eventual segundo golo do Salgueiros viesse complicar o que já parecia ganho. Todavia, numa desconcentração da defesa, esse golo chegou e levou a que o último quarto de hora fosse bastante sofrido. Um trabalho extra escusado, mas a equipa manteve-se coesa e com grande espírito de sacrifício segurou a vitória.
Numa análise geral, gostaria de dizer que o Pedras Rubras ganhou este jogo sobretudo na raça e pela entreajuda do colectivo. Não podemos dizer que tenha apresentado um grande futebol, mas soube adaptar-se ao adversário e ao ambiente. Foram combativos, mas com cabeça, percebendo a arbitragem caseira que tinham pela frente. O colectivo também esteve em destaque, pelo espírito de entreajuda, pela solidariedade e pela união da equipa. Nem tudo estava mal quando se perdia, como tive oportunidade de o afirmar na altura. Nem tudo está bem agora que a equipa reencontrou o caminho das vitórias. Há claramente deficiências que impedem a equipa de apresentar um melhor futebol e estas só não são mais evidentes porque temos a sorte de a espinha dorsal da equipa ser de grande qualidade. O grande perigo das vitórias é esconderem os problemas. Não vamos incorrer nesse erro que já nos custou muito.
Hoje, em termos individuais, gostaria de destacar dois elementos: o Bruno Almeida e o João Magalhães. O Bruno Almeida é, muitas vezes, criticado pelos sócios e não deixa de ser verdade que, várias vezes, a sua forma de jogar é confusa e pouco eficaz. Em todo o caso, trata-se de um jogador muito lutador e com uma forma vertical de jogar, o que é claramente melhor que ter um extremo que, mal recebe a bola, passa-a logo para trás ou para o lado, sem arriscar nada. Essa forma aguerrida de jogar valeu-lhe, hoje, a particular rispidez e agressividade dos jogadores do Salgueiros. Fica a justa nota para um jogador que "dá luta". O João Magalhães caracteriza-se sobretudo pela regularidade e pela estabilidade, o que são duas boas qualidades para um defesa. É certo que não arrisca muito na vertente ofensiva, mas dá bastante segurança aos colegas. Decide quase sempre bem, simplificando em vez de complicar. Quase toda a equipa esteve à altura, mas ficam ainda notas para os dois golos do Bezu, um deles, já dissemos, de grande qualidade; e para a personalidade que o Alex dá ao meio-campo.
Não posso ainda deixar de criticar a arbitragem. Foi muito caseira e com uma dualidade de critérios gritante. Os nossos jogadores eram quase proibidos de disputarem os lances com os jogadores do Salgueiros. Um pequeno toque era quase causa para expulsão, irradiação e prisão perpétua sem direito a liberdade condicional. Mas diversas faltas dos jogadores do Salgueiros e provocações várias passavam perfeitamente impunes. Enfim.
Um abraço a todos os sócios que foram apoiar a equipa.
