segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Belenenses 3 - FC Pedras Rubras 0


Durante largos períodos do jogo de ontem, os adeptos do Pedras Rubras acreditaram que era possível eliminar o Belenenses. Esse é o melhor elogio que, desde já, posso deixar ao grupo. Com o apoio ruidoso das cerca de 120 pessoas que encheram dois autocarros, os jogadores dignificaram o emblema e, apesar da eliminação, podem sentir orgulho no que conseguiram nesta edição da Taça e ontem no Restelo. Mas vamos ao jogo. Após cinco minutos iniciais de natural nervosismo, a equipa foi-se libertando, ganhando confiança e equilibrou o jogo. A partir do momento que percebeu que a sua organização e entreajuda estava a conseguir controlar o Belenenses, a equipa soube, também, levar perigo à baliza adversária. E, numa jogada de garra, em que a bola foi ganha na raça, o Biscoito, ao seu jeito, rematou com toda a convicção e enviou a bola ao poste esquerdo do guarda-redes Filipe Mendes. Foi a melhor oportunidade dos primeiros 45 minutos e ficará sempre a questão do que teria sucedido se essa bola fosse uns centímetros mais ao lado esquerdo. Ao intervalo, o 0-0 ajustava-se. Apesar do domínio territorial do Belenenses e da maior posse de bola, a melhor oportunidade era nossa e o jogo esteve sempre controlado. O único motivo de preocupação era a quantidade de bolas paradas que o Belenenses dispunha, sobretudo cantos, atendendo à estatura de jogadores como o Diawara.
A segunda parte seguiu os mesmos moldes até a um dos momentos do jogo, a substituição feita por Mitchell Van der Gaag aos 60 minutos, com a entrada de Rambé. Este avançado cabo-verdiano fazia ontem o regresso aos relvados depois de longa paragem, desde a pré-época, e cheio de fome de bola, como refere o título de um dos jornais desportivos, dinamizou completamente o ataque do Belenenses. Depois de algumas jogadas em que já tinha mostrado essa atitude diferente, aos 70 minutos, num lance de bola parada, beneficiou de uma falha de marcação nossa e, completamente só junto ao Humberto, recebeu a bola de um corte incompleto e, de cabeça, encostou para o golo. Temia-se os lances de bola parada e foi aí que a resistência quebrou. O golo sossegou os jogadores e adeptos do Belenenses, que já davam claros sinais de preocupação e ansiedade. Ao invés, e com alguma naturalidade, a nossa equipa sentiu muito o golpe e quando ainda procurava recuperar o equilíbrio emocional, sofreu de rajada o segundo golo, noutra falha de marcação infeliz. Novamente sozinho, entre os defesas, Rambé cabeceou para o golo, perto da marca de grande penalidade. Aos 90 minutos, o terceiro golo, num contra-ataque rápido, quando a nossa equipa estava balanceada no ataque.
Em suma, ficou a sensação que podia ter havido surpresa em Belém. A entrada do Rambé e dois erros de marcação/posicionamento não permitiram mais, mas fica o elogio claro e inequívoco da atitude e postura do grupo, que honrou as nossas cores. Temos também de ser realistas e perceber que o adversário era o 2.º classificado da Liga de Honra, que contava por vitórias todos os jogos que tinha feito em casa no campeonato e que possui um potencial no plantel superior ao nosso.
O mais importante, agora, é olhar para o futuro. Muitas vezes, equipas quebram depois de boas participações na Taça. Cabe ao grupo fazer o inverso, canalizar a união e o entusiasmo que aplicou na Taça para a 3.ª Divisão e assegurar um lugar entre os 6 primeiros. Disse a seguir ao União da Madeira e volto a dizê-lo agora. Se os jogadores colocassem em campo todo o coração como ontem, ganharíamos quase todos os jogos. Eu sei que os índices de motivação são diferentes, mas é aí que se vêem os campeões, aqueles que assumem uma atitude ganhadora a cada e em qualquer momento. E como os jogadores, também os sócios devem apoiar como ontem apoiaram em Belém. Seja contra que equipa for, o apoio ao nosso emblema deverá ser sempre o mais activo possível.

Abraço.




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